Meu interesse por psicologia vem de longa data. Vira e mexe, estou pesquisando e lendo sobre o assunto, pois tem a ver comigo e também com minha área de trabalho. Aprecio muito, afinal, conhecimento nunca é demais.
Este livro me foi concedido pela Editora Vozes, o que me deixou felicíssima e agradecida pela credibilidade que depositou em mim, visto que o blog é bem jovem e estou apenas começando.
Esse é apenas o primeiro de 18 volumes que compõe a obra completa de Carl Gustav Jung, publicado pela Vozes.
Então vamos à resenha:
Demorei um pouco para ler, pois apesar de ser pequeno não é do tipo de livro para se ler no ônibus, exige concentração, pois é um estudo e exige certa reflexão e análise. Pode ser lido tanto por leigos interessados como eu (ou que tenha alguma noção do assunto), quanto por profissionais da área.
Ao longo da leitura o autor esclarece conceitos de palavras que não necessariamente possuem o significado literal dentro da psicologia.
O livro fornece as informações misturando um pouco da biografia de Carl Jung , alguns trechos de suas obras e é claro que não podia deixar de mencionar suas desavenças com seu amigo e mestre Sigmund Freud, deixando bem claro os diferentes pontos de vista de cada um sobre vários assuntos, como o inconsciente. Freud acreditava que este era o local onde as memórias ruins ou comportamentos negativos provindos de impulsos sexuais eram reprimidos enquanto Jung achava que havia algo mais.Para este ,o inconsciente não era apenas um local para coisas negativas, nem de origem sexual. Habilidades positivas como a arte poderiam ser reprimidas se no ambiente e a sociedade em que a pessoa vive, elas não fossem apreciadas.
Vários assuntos são abordados neste livro, sendo os mais interessantes para mim: o inconsciente, diferenciação do eu e interpretação de símbolos e sonhos.
Uma única crítica que tenho a fazer: a palavra "arquétipo" e suas variações estão presentes em quase todos os parágrafos, o autor poderia substituí-la algumas vezes por outras de mesmo sentido para que a leitura não ficasse repetitiva.
Foi uma boa base para meus estudos, acrescentou bastante conhecimento acerca das teorias de Jung. Com certeza ajudou a preencher algumas lacunas que apareceram quando estudei sobre Freud. Assim como Jung, não acho que a sexualidade responde a tudo, já que em algumas situações isso nada tem a ver com o problema. Gostei de saber que alguém pensa mais abertamente como eu.
Concluo que conciliar os dois pensamentos, conforme a situação é o ideal, pois nenhum dos dois é perfeito, nem dono da verdade. Todos os dias se descobre mais sobre a mente e o comportamento humano e este é o papel dos novos pesquisadores, aperfeiçoar e modificar quando necessário o antigo para chegar o mais próximo da realidade.